A perda de peso é um dos objetivos mais comuns da nossa sociedade atual, e isso é evidenciado pelo número de buscas relacionadas ao tema nos mecanismos de busca da internet. Essas buscas abrangem uma busca incansável por suplementos/medicamentos emagrecedores, fórmulas especiais para redução de medidas, técnicas e procedimentos estéticos variados para queima de gordura corporal, exercícios milagrosos para definição e tonificação muscular, entre outros métodos infinitos que, embora não possuam evidências científicas comprovando sua eficácia, ainda são adquiridos/realizados diariamente.
A maioria das pessoas que buscam reduzir a gordura corporal já tentaram diversos métodos diferentes que falharam, o que explica a busca por resultados rápidos. Neste texto, não vou apresentar nenhum método especial do "Rodrigo Lamonier" ou estratégias mirabolantes para emagrecer, pois afirmo categoricamente que tais soluções não existem. Antes de tudo, é importante entender que o processo de emagrecimento é extremamente complexo, envolvendo fatores genéticos, ambientais e comportamentais, exigindo uma iniciativa de mudança de hábitos ao longo de um período prolongado.
Caso você seja diagnosticado com obesidade, com um índice de massa corporal (IMC) superior a 30kg/m² devido ao acúmulo excessivo de gordura corporal, é crucial compreender que se trata de uma doença crônica que requer acompanhamento médico e cuidados com os fatores de risco ao longo da vida, já que há uma grande probabilidade de recuperação do peso perdido.
De forma geral, lembrando dos fatores associados ao excesso de peso que mencionei anteriormente, o ganho de peso ocorre quando há um consumo calórico excessivo durante um longo período. Isso significa que, em média, seu consumo calórico deve ser superior ao seu gasto calórico ao longo de dias, semanas, meses e anos.
É importante ressaltar que o ganho de peso não está relacionado ao consumo isolado de carboidratos, proteínas ou gorduras, mas sim ao contexto geral da alimentação. Por exemplo, vamos supor uma situação hipotética em que você segue uma dieta sem a presença de carboidratos, contendo apenas proteínas e gorduras. Para muitos, essa situação seria considerada ideal para emagrecer, certo? No entanto, isso não é verdade! Se você consome zero carboidratos, mas a quantidade de proteínas e gorduras na sua dieta excede sua necessidade calórica (por exemplo, você precisa de 2.000kcal para manter seu peso, mas consome 2.500kcal por meio de gorduras e proteínas), você ganhará gordura corporal da mesma forma, independentemente da presença de carboidratos. Isso é importante porque muitas pessoas acreditam erroneamente que estão engordando devido aos carboidratos, quando na verdade o excesso calórico ocorre principalmente devido ao contexto alimentar, que pode incluir um consumo excessivo de gorduras (como chocolate, pizza, pudim, oleaginosas, óleo, frituras, sanduíches, etc.).
Ao entender isso, ou seja, que não existem alimentos vilões no processo de emagrecimento, mas sim um contexto alimentar inadequado, você pode dar os primeiros passos para alcançar bons resultados. É necessário começar a registrar a quantidade de tempo dedicado a atividades físicas programadas semanalmente, anotar o que você come semanalmente por pelo menos 20 ou 30 dias, melhorar sua percepção de si mesmo e entender os gatilhos que levam ao exagero nas quantidades ingeridas, observar os ambientes em que você vive e verificar se eles favorecem o ganho de peso (por exemplo, uma cozinha com muitos alimentos industrializados e hipercalóricos). Ao fazer tudo isso, você será capaz de identificar efetivamente os fatores que dificultam seus resultados no processo de emagrecimento, economizando tempo e agindo onde realmente importa.
Se você fizer as escolhas corretas e entender onde está o problema, não estará perdendo tempo nem se prejudicando ao retirar alimentos como arroz, feijão, pão e outros alimentos que provavelmente não estão contribuindo para o ganho de peso. Muitas pessoas que excluem o arroz, que possui apenas 130kcal por 100g, ou o pão francês, que contém apenas 140kcal por unidade de 50g, acabam substituindo-os pela tapioca, que possui o mesmo valor calórico de duas colheres de sopa de pão, mas sem proteínas e fibras. Outra alternativa é aumentar a quantidade de carne em substituição ao arroz, o que torna a refeição ainda mais calórica, ou então consumir pão de queijo à tarde porque não almoçaram adequadamente, sem saber que cada unidade pequena dessa quitanda possui 120kcal. Então, comece hoje a avaliar seu comportamento alimentar, procure auxílio de um profissional e inicie medidas efetivas que realmente trarão benefícios.
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